HC da Unicamp cria plano de combate ao coronavírus e define protocolo para identificar casos suspeitos


Referência para epidemias infecciosas na região de Campinas, unidade tomará medidas de isolamento em pacientes com sintomas. Brasil não tem registros suspeitos e confirmados. O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp anunciou, na manhã desta segunda-feira (27), a definição de um plano operacional para combater eventuais casos do novo coronavírus, que causou uma epidemia na China e já atinge pelo menos 12 países. Referência na região de Campinas (SP) para situações de epidemias, a unidade médica estabeleceu um protocolo para identificação e tratamento de casos suspeitos da infecção. A doença não tem casos suspeitos e confirmados no Brasil.
De acordo com a infectologista Maria Luíza Moretti, que coordena o setor de epidemiologia do HC da Unicamp, para ser considerado um caso suspeito de coronavírus, o paciente precisa ter viajado à China recentemente ou tido contato com alguma pessoa que tenha ido ao país e esteja com o vírus. Além disso, ele precisa apresentar tosse, febre e infecção respiratória aguda.
Segundo a superintendência do hospital, a partir do momento que o paciente estiver na região e reunir estes sintomas ele deve procurar o atendimento no HC da Unicamp. No local, a equipe já está orientada a colocar uma máscara na pessoa e mantê-la isolada. A unidade possui 18 leitos especiais – que reúnem as condições de isolamento – sendo dois pediátricos.
Atualmente, o teste para identificação do novo coronavírus ainda não está disponível no Brasil e a amostra de um caso suspeito precisaria ser enviada para fora do país. Por isso, antes de fazer o exame para identificar a infecção pelo vírus 2019-nCoV , a orientação do hospital é fazer todos todos os testes para outras síndromes respiratórias, como a Influenza, que possuem os mesmos sintomas do coronavírus.
Além de definir o protocolo de atendimento, o HC da Unicamp criou um grupo de trabalho, formado por 15 profissionais das áreas médicas, de enfermagem, fisioterapia e patologia clínica, para coordenar as ações referentes a eventuais casos de coronavírus que apareçam na região. A mesma medida já foi instituída pelo hospital em outras epidemias, como a de H1N1, ainda chamada à época de gripe suína, em 2009.
“O nosso plano operacional ele tem uma evolução. Se eventualmente houver casos no futuro, os casos crescerem e os quadros clínicos evoluírem, temos outras orientações, como por exemplo manter o paciente em ventilação mecânica na UTI ou até interromper algum atendimento no hospital para priorizar os pacientes com a doença”, explicou o superintendente em exercício do HC, Plínio Trabasso.
O superintendente ainda ressaltou que a população deve ser tranquilizada por não haver ainda nenhuma suspeita de casos de coronavírus no Brasil. De acordo com Trabasso, o plano é apenas uma prevenção do HC para estabelecer o protocolo de atendimento, por se tratar de uma unidade referenciada pelo Ministério da Saúde para o tratamento da doença na região de Campinas.
O documento disponibilizado pela unidade médica ainda prevê a compra de equipamentos e insumos que sejam necessários na identificação e no tratamento dos registros suspeitos.
Casos de coronavírus pelo mundo
Arte/G1
Mortes e casos confirmados
O número de mortos por coronavírus na China subiu para 81 nesta segunda-feira, de acordo com a agência de notícias Reuters. Das 81 mortes, 76 aconteceram na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, considerada o epicentro da doença.
O número total de casos confirmados na China aumentou para 2.744 – cerca de metade deles estão em Hubei.
Especialistas suspeitam que o número de pessoas infectadas seja muito maior, já que o vírus pode se espalhar antes que apareçam os sintomas, como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar.
Raio X do novo coronavírus – VALE ESTE
Amanda Paes e Cido Gonçalves/Arte G1
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Fonte: SAUDE

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