Protestos no Iraque deixam mortos em dia de violência em Bagdá


Manifestantes haviam fechado estradas com pneus em chamas e tentaram impedir a passagem da polícia com máscaras de gás e barricadas de metal. Manifestante ergue bandeira do Iraque durante confronto com forças de segurança em Bagdá nesta segunda-feira (20)
Hadi Mizban/AP Photo
Confrontos entre manifestantes e forças de segurança nesta segunda-feira (20) em Bagdá deixaram ao menos três mortos e ao menos 50 feridos em mais um dia de protestos no Iraque, disseram médicos à agência Associated Press.
Nova onda de protestos toma conta das principais cidades do Iraque
De acordo com agências de notícias, jovens manifestantes em Bagdá começaram no domingo a bloquear estradas e pontes com pneus em chamas. Na manhã desta segunda-feira, jovens com capacetes de máscaras de gás ergueram barricadas de metal para tentar repelir a polícia.
Centenas de manifestantes, alguns acenando a bandeira do Iraque, se reuniram na praça Tayaran, perto da praça Tahrir, o coração dos protestos em Bagdá. Confrontos com as forças de segurança, que usavam cartuchos de gás lacrimogêneo e munição real para dispersá-los, eclodiram.
Segundo a agência France Presse, três pessoas morreram — dois deles baleados e o terceiro atingido por uma granada de gás lacrimogêneo que perfurou seu pescoço.
Crise no Iraque se acirra
Manifestantes exigem desde o começo de outubro uma renovação do sistema político e conseguiram a renúncia do primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi, um dos principais alvos dos protestos. Recentemente, porém, o movimento ficou eclipsado nas últimas semanas pelas fortes tensões entre Irã e Estados Unidos, os dois principais provedores de Bagdá.
Para evitar que as mobilizações perdessem força, os manifestantes enviaram um ultimato ao governo na semana passada para responder às suas demandas, entre elas, um pedido de eleições antecipadas.
Além da antecipação das eleições, os manifestantes pedem uma reforma da lei eleitoral, a nomeação de um primeiro ministro independente e o fim da corrupção, que engoliu o equivalente a duas vezes o PIB do Iraque em 16 anos.
Eles também demandam o fim do sistema político de distribuição de cargos baseada em etnias e confissões.
“A procrastinação demonstrada pelo governo e pela classe política por mais de três meses nos leva a tomar medidas adicionais”, disse à AFP Mohammad Faeq, manifestante de 28 anos.
Desde outubro, cerca de 460 pessoas perderam a vida em atos violentos ligados à repressão de manifestações e 25 mil ficaram feridas, segundo uma contagem da AFP compilada a partir de fontes médicas e de segurança.
Fonte: MUNDO

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