Presidente palestino anuncia rompimento das relações com EUA e Israel
Na terça-feira, Trump apresentou um plano de paz para o Oriente Médio. Mahmoud Abbas chamou projeto de ‘conspiração’ e disse que não aceitará os termos. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou neste sábado (1º) o rompimento das relações com Estados Unidos e Israel.
Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou um plano de paz para o Oriente Médio. O anúncio foi feito ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, discursa nesta terça-feira (28) após apresentação de plano para o Oriente Médio
Raneen Sawafta/Reuters
O projeto apresentado pelos EUA incluiu um redesenho do mapa da região disputada por israelenses e palestinos. A proposta, inclusive, estabelece um reconhecimento mútuo entre Israel e Palestina — no que o presidente Donald Trump chamou de “solução realista de dois Estados”.
O desenho foi feito à revelia das autoridades palestinas, que não participaram das conversas para definir o plano. Na terça-feira, o presidente Abbas chamou o projeto de “conspiração” e disse que não aceitará os termos.
Proposta dos EUA para o novo Estado Palestino
Betta Jaworski/Arte/G1
O mapa faz parte do projeto divulgado pela Casa Branca com o nome “Paz para a Prosperidade”, anunciado por Trump ao lado de Netanyahu. O projeto estabelece, entre outros pontos, as seguintes propostas:
Jerusalém permanece como indivisível capital de Israel
O povoado de Abu Dis, a cerca de 1,5 km da Cidade Velha de Jerusalém, abrigaria a capital do Estado Palestino.
Um espaço no sul do território israelense será entregue aos palestinos para indústrias e residências, o que deve dobrar a área palestina
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Garantia de visita de muçulmanos à mesquita sagrada de Al-Aqsa, em Jerusalém
Injeção de US$ 50 bilhões para a Palestina para gerar 1 milhão de empregos
Além dessa organização territorial, o plano estabelece uma gradual desmilitarização da região — com o fim das atividades militares do Hamas, que comanda hoje a Faixa de Gaza. Além disso, palestinos muçulmanos terão acesso garantido à mesquita de Al-Aqsa, considerada sagrada e que fica em Jerusalém.
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O impasse ocorre sobretudo diante da crise que se intensificou com recente decisão dos Estados Unidos em deixar de considerar os assentamentos israelenses na Cisjordânia uma violação ao direito internacional — uma reversão da política adotada em 1978, no governo de Jimmy Carter.
Fonte: MUNDO