Confiança do consumidor cai em janeiro, aponta FGV
Segundo pesquisador, percepção de piora da situação financeira familiar pode estar relacionada à pressão recente dos preços de alimentos. A confiança do consumidor recuou em janeiro, segundo indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 1,2 ponto 90,4 pontos.
Em dezembro, o índice tinha registrado alta de 2,7 pontos, alcançando 91,6 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2019.
Apesar do recuro em janeiro, em médias móveis trimestrais, o índice subiu 0,3 ponto.
“Há uma percepção de piora da situação financeira familiar principalmente para os consumidores com menor poder aquisitivo, que pode estar relacionada à pressão recente nos preços de alimentos. Em relação ao futuro, houve redução do ímpeto de compras de duráveis, tendência que pode implicar num efeito redutor sobre o consumo nos próximos meses, caso se mantenha. Para que a confiança avance mais rapidamente, continua sendo necessária a aceleração da recuperação do mercado de trabalho e a redução da incerteza que ainda se mantém em níveis altos em termos históricos”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Famílias compram mais, mas melhora consistente do consumo depende do mercado de trabalho
Inflação da carne perde fôlego em janeiro, mas ainda lidera impactos no IPCA-15
Em janeiro, tanto as avaliações sobre o presente quanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 0,9 ponto, para 78,7 pontos, a primeira queda após duas altas consecutivas. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,4 ponto, para 98,9 pontos, e exerceu a maior influência para a queda do índice geral no mês.
Segundo a FGV, houve queda da confiança para consumidores de todas as classes de renda, exceto para aqueles com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil.
A maior perda de confiança veio dos consumidores de maior poder aquisitivo (renda familiar mensal superior a R$ 9,6 mil), cujo índice recuou 2,4 pontos influenciado pela redução no ímpeto de compra de bens duráveis nos próximos meses.
Fonte: ECONOMIA