Ação da Minerva cai até 7% após oferta de ações; siderúrgicas têm nova sessão de ganhos com reajustes
SÃO PAULO – Em uma sessão de leve queda para o Ibovespa após o índice atingir máxima histórica, ultrapassando os 119.500 pontos na véspera, quem ganha destaque é uma ação fora do índice, a Minerva, que viu seus papéis registrarem forte queda de até 7% após oferta de ações a R$ 13. Nesta semana, a companhia ainda teve a recomendação reduzida pelo Goldman Sachs.
Por outro lado, as siderúrgicas seguem registrando ganhos, com os analistas vendo espaço para aumento dos preços de aço.
Já a Petrobras e Vale têm mais uma sessão em que não registram força para subir em meio às preocupações com o impacto do coronavírus para a economia da China e, consequentemente, para as commodities. O petróleo WTI tem leve queda nesta manhã e caminha para fechar semana com queda intensa; o minério de ferro também caminha para baixa semanal.
A Cia. Hering (HGTX3), por sua vez, vê suas ações subirem em leve recuperação após a forte queda de 14% nesta semana com os dados prévios do quarto trimestre de 2019 bastante fraco.
Confira os destaques:
Minerva (BEEF3)
O frigorífico Minerva confirmou a captação de R$ 1,235 bilhão com a oferta de ações a R$ 13, um desconto de 8,9% frente ao fechamento de R$ 14,27 da véspera. Do total, R$ 1,030 bilhão vai para o caixa da Minerva, com a emissão de 80 milhões de ações. Já a família Vilela de Queiroz, que controla a empresa, vendeu 15 milhões de ações. Com isso, obterá R$ 195 milhões.
As novas ações serão negociadas na B3 nos dias 27 e 28 deste mês. Segundo o frigorífico de Barretos (SP), a soma levantada com a oferta primária servirá para pagar dívidas e reduzir a alavancagem da Minerva.
Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3)
O banco Morgan Stanley colocou a ação da Usiminas como a sua nova “top pick” para o setor brasileiro de siderurgia, aumentando a recomendação do papel de neutra para acima da média e o preço-alvo da ação de R$ 9,50 para R$ 12,00. Já o papel da Gerdau deixou de ser a “top pick” da carteira de siderurgia e foi rebaixado para neutro.
O Morgan Stanley fez a mudança porque acredita que após o rali no final de 2019, as ações da Gerdau já se valorizaram 64% e chegou a hora de realizar lucros com o papel. “Nós agora vemos um cenário de risco para o papel, com novo preço-alvo de R$ 22,00 (de R$ 14,50), após a ação da Gerdau ter se valorizado 49% acima do Ibovespa desde outubro”, avalia o banco. Já a ação da Usiminas tem terreno para avançar, acredita o Morgan Stanley. “A Usiminas é a siderúrgica brasileira com maior exposição ao mercado interno”, avalia o banco, que prevê um maior crescimento na demanda por aços longos no País, por causa da reativação da construção civil, que da de aços planos, usados na indústria automobilística e de eletrodomésticos. Já o papel da CSN continua com a nota de neutro. “Nosso novo preço-alvo é de R$ 16,5 para a ação da CSN, acima da anterior de R$ 13,8, uma modesta alta de 5%. Contudo, a CSN pode surpreender se o preço do minério de ferro subir no segundo trimestre de 2020”, avalia.
Ainda sobre o setor, o Bradesco BBI informou que, após o Steel Day do banco (com a presença de INDA, CSN, Secovi e Votorantim Cimentos) , os analistas confirmaram a visão de que o sentimento de mercado para preços de aços planos está melhorando – INDA e CSN confirmaram que o aumento de 10% de janeiro já foi totalmente implementado e existem boas chances de novo aumento de 10% em março também.
“Apesar do preço para aços planos ainda não ter reagido, o sentimento do mercado está melhor e a perspectiva para 2020 é positiva. Para aços longos, o aquecimento do setor de construção deve impulsionar crescimento em 2020 e, assim, suportando aumento de preços. Além disso, cimento doméstico também tem se recuperado suportado pelo canal de varejo. Mantemos nossa visão construtiva no setor, com recomendação outperform para Usiminas e Gerdau e neutro em CSN”, avaliam os analistas.
Já o Credit Suisse reforçou a recomendação outperform para Gerdau, que segue como top pick, seguida por Usiminas (também outperform) e CSN (que possui recomendação neutra).
CSN
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) precificou e começará a venda de US$ 1 bilhão (R$ 4,16 bilhões) em notes nos Estados Unidos, através da sua subsidiária CSN Islands XI Corp. Segundo a empresa, as notes terão vencimento em 2028 e pagarão juros de 6,75% ao ano. “A liquidação das notes está prevista para o dia 28 de janeiro”, informou. Com o dinheiro arrecadado com a venda, a siderúrgica de Volta Redonda (RJ) pretende recomprar a totalidade de outras notes, emitidas pela CSN Resources S.A., e que estão em circulação no mercado internacional. Segundo a empresa, essas notes que serão recompradas vencem em 2020.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras comunicou ao mercado que sua subsidiária Petrobras Biocombustíveis iniciou a fase não vinculante para a venda da sua participação de 50% na BSBios – Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil. A BSBios possui duas fábricas de biodiesel, uma em Passo Fundo (RS) e outra em Marialva (PR). A Petrobras Biocombustíveis possui 50% da empresa e os outros 50% são da sua sócia RP Biocombustíveis S.A. Segundo a petrolífera, tudo será vendido junto e faz parte dos planos de desinvestimento da estatal. A usina em Passo Fundo possui a capacidade de produzir 288 mil metros cúbicos de biodiesel por ano, enquanto a de Marialva tem a capacidade maior, de 411 mil metros cúbicos do combustível. Ambas as fábricas possuem espaços para armazenagem dos grãos.
Eneva (ENEV3)
A Eneva Energia obteve um financiamento de R$ 1 bilhão do Banco da Amazônia S.A. (BASA) para a sua subsidiária Azulão Geração de Energia. Segundo a Eneva, a Azulão usará o dinheiro para a construção, operação e manutenção do projeto Azulão-Jaguatirica, que inclui a usina termelétrica Jaguatirica II e a infraestrutura e produção de gás natural no Campo de Azulão, na Bacia do Amazonas. O financiamento vencerá em 196 meses.
Triunfo (TPIS3)
A Triunfo Participações informou na noite de ontem que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu as multas aplicadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) contra a sua subsidiária, a Aeroportos Brasil Viracopos. O Aeroporto de Viracopos (SP), controlado pela Triunfo e um sócio, está em recuperação judicial.
Braskem (BRKM5)
A petroquímica Braskem informou que fechará sua unidade industrial de cloro-soda em Camaçari (BA) porque a fábrica chegou ao fim da vida útil. Segundo a Braskem, a unidade funciona desde 1979 e tem a capacidade de produção anual de 79 mil toneladas de soda cáustica e 64 mil toneladas de cloro. A petroquímica informou que o fechamento acontecerá em abril deste ano por motivos de segurança. Segundo a empresa, todas as suas outras unidades em Camaçari continuarão a operar normalmente.
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Fonte: FONTE INFOMONEY