Jornal dos EUA declara apoio a duas mulheres nas primárias do Partido Democrata
‘The New York Times’ resolveu endossar as pré-candidaturas de Elizabeth Warren e Amy Klobuchar. As senadoras Amy Klobuchar (esq.) e Elizabeth Warren (dir.) no debate democrata de terça-feira (14).
Associated Press
Em um texto assinado pelo conselho editorial, o “The New York Times” declarou seu apoio a duas pré-candidatas na disputa pela nomeação do Partido Democrata para concorrer à presidência dos Estados Unidos neste ano: Elizabeth Warren e Amy Klobuchar.
A disputa entre os democratas tem sido descrita como uma entre políticos mais e menos esquerdistas e, além disso, uma na qual sobressairá aquele que tiver mais capacidade de derrotar o atual presidente dos EUA, Donald Trump, que deverá concorrer à reeleição.
O jornal diminui a importância desses dois aspectos.
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Para o conselho editorial (o autor do texto), todos os pré-candidatos são mais progressistas do que os democratas foram no passado.
A capacidade de ganhar a eleição, de acordo com eles, é algo difícil de predizer, já que os métodos tradicionais de pesquisa não têm mais a capacidade de possibilitar análises precisas –os cálculos eleitorais, diz o texto, deveriam ser mais humildes ao tentar prever o que as pessoas realmente querem.
“Há questões legítimas sobre a possibilidade de que nosso sistema democrático esteja fundamentalmente estragado. Nossas eleições estão cada vez menos livres e justas, o Congresso e as cortes estão cada vez mais polarizadas, outros países estão inundando a sociedade com informação falsa, um dilúvio de dinheiro entra na nossa política. E a mobilidade econômica que possibilitou o sonho americano está desaparecendo.”
Dado esse cenário, é o momento tanto de buscar novas ideias como uma busca por estabilidade, conclui o texto. O jornal descreve as qualidades das pré-candidatas que fizeram com que o conselho editorial as apoiasse:
Elizabeth Warren é comprometida com reformas estruturais do governo e da economia, especialmente anticorrupção; seus planos de campanha demonstram que ela é séria em relação a políticas públicas, ela está certa ao diagnosticar problemas como a falta de construção civil, tem planos para aumentar energia limpa e pretende dar mais ferramentas para que trabalhadores possam negociar com empregadores.
Amy Klobuchar, segundo o texto, é uma das pessoas mais produtivas no Senado entre os democratas, e é parte de grupos formado por membros de dois partidos que propõem uma reforma sobre as leis de imigração, e seus projetos de lei ajudam vítimas de crimes; ela participa de comitês de segurança nacional e iria liderar por exemplo, e não como ameaças.
O jornal fez considerações sobre outros pré-candidatos que concorrem pela nomeação do Partido Democrata. O conselho editorial apontou problemas nessas candidaturas:
Bernie Sanders: está em idade avançada (se vencer a eleição, assumirá aos 79) e, politicamente, se considera a única pessoa correta
Joe Biden: suas propostas tocam em temas como saúde pública e mudança climática e ele insiste em uma volta ao momento anterior à Trump, mas simplesmente restaurar o status quo não vai levar os EUA para onde o país precisa ir. Além do mais, ele tem 77 anos e precisa passar o bastão a uma nova geração de líderes políticos
Pete Buttigieg: tem 38 anos e um bom currículo, e o jornal afirma que espera que ele conquiste mais espaço no futuro
Andrew Yang: é uma pessoa entusiasmada, com novas ideias, mas nenhuma experiência política
Michael Bloomberg: tem construído sua campanha em torno de seu dinheiro, e não de suas ideias e tem fugido de questões importantes –ele impediu sua própria agência de notícias de investigar sua atuação, e se recusa a permitir mulheres com quem ele fez acordos extra-judiciais possam falar abertamente.
Fonte: MUNDO